Dolomita é um produto 100% natural, composto por carbonato de cálcio, carbonato de magnésio e outros minerais, sendo extraído de jazidas.
Possui germinação lamelar paralela as diagonais, além de ser subhedral e euhedral. A Dolomita é basicamente um mineral branco. Já a rocha assemelha-se de perto ao calcário, mais para fazer jus ao nome precisa ser composta principalmente do Mineral Dolomita.
Características
• A Dolomita integra o grupo dos carbonatos. É um carbonato de cálcio e magnésio. Cristaliza-se no sistema trigonal e normalmente se apresenta com seis paralelos (romboedro) de faces tipicamente curvas.
• Normalmente é branca, embora as vezes possa se apresentar incolor, amarelada a marrom ou mesmo cor de rosa.
• A cor do traço da Dolomita sempre é branca.
• Carga mineral inerte.
• Utilizada como coadjuvante em misturas com polímeros ou copolímeros.
• Sua principal característica é oferecer uma maior compactação e umectação na fabricação de mármores sintéticos, revestimentos de paredes, etc...
História
A Dolomita é assim chamado em homenagem ao minerologista francês Déodat de Dolomieu (1750-1801). O primeiro a identificá-la como mineral distinto.
Até 1791, era confundida com Calcita, porque os cientistas achavam que o magnésio era apenas uma inclusão fortuita e não parte integrante de estrutura de um mineral diferente. Graças ao trabalho pioneiro de Dolomieu, sabemos agora que a calcita é carbonato de cálcio, cuja fórmula química é CaCO3, ao passo que a Dolomita é carbonato duplo de cálcio e magnésio, de fórmula química CaMg(CO3)2.INFORMAÇÕES SOBRE CALCÁRIO
01. O QUE É CALCÁRIO?
São rochas carbonatadas finamente moídas.
02. PORQUE O SOLO FICA ÁCIDO?
1. - Alta produtividade;
2. - Extração de cálcio e magnésio pelas plantas;
3. - Adubação química;
4. - Erosão;
5. - Chuvas;
6. - Irrigação.
03. PARA QUE SERVE O CALCÁRIO E QUAIS OS BENEFÍCIOS DA CALAGEM?
1. - Corrige a acidez de solo;
2. - Fornece cálcio e magnésio, como nutriente para a planta;
3. - Melhora a eficiência dos fertilizantes;
4. - Aumenta a disponibilidade dos nutrientes para a planta;
5. - Diminui ou elimina os efeitos tóxicos do alumínio (Al) e manganês (Mn);
6. - Melhora o sistema radicular das plantas;
7. - Melhora a atividade microbiana do solo;
04. QUAL A QUANTIDADE DE CALCÁRIO A APLICAR?
Para se saber a quantidade de calcário a aplicar deve-se efetuar a análise de solo em um laboratório idôneo e interpretada por um engenheiro agrônomo.
05. A COR DO CALCÁRIO TEM INFLUÊNCIA NA CORREÇÃO DO SOLO?
A cor do produto não influência as características químicas do calcário.
06. O QUE É PRNT?
PRNT é o Poder Relativo de Neutralização Total. É o fator que mede a qualidade do produto.
É obtido através do PN (Poder de Neutralização) e a RE (Reatividade dadp pela granulometria do calcário.
07. PARA QUE SERVE O PRNT?
O PRNT mede a quantidade do calcário que irá reagir dentro de 90 dias.
Quanto maior o PRNT, menor será a quantidade de calcário a aplicar no solo.
08. O QUE É EFEITO RESIDUAL?
É a quantidade de calcário que irá reagir após os 90 dias.
O efeito residual é determinado pela diferença entre o PN da rocha e o PRNT do calcário.
09. QUAL A FÓRMULA QUE O AGRICULTOR DEVE UTILIZAR PARA A COMPRA DO CALCÁRIO?
O produtor deve realizar o seguinte cálculo:
Valor do produto + valor do frete e dividir pelo PRNT do produto.
O mesmo deverá comprar o produto que apresentar o menor custo por ponto de PRNT.
CALAGEM, O ALICERCE DA AGRICULTURA
Engos. Agros Antonio Reinaldo Pinto Silva e Evandro Nei Oliver ( Departamento Técnico do Coopercitrus)
A operação de aplicação de calcário visando a correção da acidez do solo é chamada de calagem. A calagem é uma prática agrícola que assume grande importância em nossas condições de solo, pois a maioria destes foram formados a partir de rochas ou material de origem ácidas que caracterizam a maior parte dos solos existentes nos países localizados nas regiões tropicais.
Freqüência da Calagem – A calagem é uma prática bastante recomendada pelos profissionais que atuam nas atividades agrícolas e normalmente requer reaplicações sucessivas em uma mesma área. Isto ocorre devido ao fato dos solos não serem inertes, pois em sua estrutura e composição ocorrem continuamente reações e interações entre seus componentes químicos, físicos e biológicos alterando suas características positiva ou negativamente. Entre estas alterações existem vários fatores que contribuem para a acidificação destes solos dos quais se destacam:
• Precipitação - a água da chuva, passando pejo solo, lixivia os nutrientes básicos como o cálcio e o magnésio que são substituídos por hidrogênio, alumínio e manganês que são elementos acidificantes do solo.
• Utilização de fertilizantes - alguns fertilizantes nitrogenados, principalmente os amoniacais possuem a propriedade de acidíficação devido às suas reações com elementos do solo.
• Decomposição da matéria orgânica - compostos derivados da contínua decomposição da matéria orgânica existente nos solos pelos microorganismos reagem com o cálcio e o magnésio provocando a aci- dificação destes solos.
• Remoção das camadas superficiais por erosão - quando ocorrem perdas de solo por erosão, há umna inclusão de maior quantidade de subsolo nas camnadas superficiais cultiváveis, o que geralmente irá elevar os níveis de acidez deste solo, pois na maioria dos casos quanto maior a profundidade, maior a acidez.
Existem ainda outros fatores e interações que também afetam a freqüência de calagem, que são:
- Textura do solo - solos arenosos necessitam maior freqüência de calagem que solos argilosos.
- Taxa de remoção pelas culturas - quantidades consideráveis de cálcio e magnésio podem ser extraídas pelas plantas variando conforme a cultura, produtividade e partes colhidas. Como exemplo podemos citar a grande extração destes elementos pelas leguminosas.
- Amplitude de pH desejada - quando se deseja manter a pH em níveis mais altas (conforme exigências de algumas culturas), é necessária uma maior freqüência de calagem.
BENEFÍCIOS DA CALAGEM
A calagem é o alicerce de toda operação relacionada com a nutrição das plantas. È uma prática fundamental para a aumento de produtividade em razão de seus efeitos na correção da acidez e elevação da CTC dos solos, na eliminação da toxidez provocada por elementos como alumínio e manganês, pelo fornecimento de cálcio e magnésio, nutrientes essenciais à vida das plantas; além de melhorar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, contribuindo para o desenvolvimento e maior eficiência das raízes na absorção de água e nutrientes.
ANÁLISE DE SOLO
A aplicação de calcário sempre deve ser precedida e baseada em uma análise de solo. A amostragem de solo deve ser muito bem feita, baseada em técnicas adequadas e encaminhada a um laboratório para análise, cuja interpretação deverá ser realizada por um Engenheiro Agrônomo, que indicará o tipo e a quantidade de calcário a ser utilizado.
ÉPOCA DE APLICAÇÃO
A época recomendada para a realização da calagem é no final do outono a meados do inverno (maio a agosto). Isto ocorre pois o calcárío apresenta solubilização e efeito lentos, necessitando da ação da umidade do solo para efetivação de sua ação corretiva. Por isto deve ser aplicado de dois a três meses antes, da primeira adubação em culturas perenes, ou, do plantio em culturas anuais. No caso de pastagens deve ser aplicado após o rebai- xamento ou corte das plantas.
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
Na implantação de culturas anuais e perenes, em áreas de pastagem e sobre palhada de plantio direto o calcário deverá ser aplicado em área total, da forma mais homogênea possível como corretivo de acidez do solo. Pode também ser aplicado nos sulcos de plantio em culturas perenes como fonte de cálcio e magnésio. Ainda em culturas perenes é preciso atenção com a aplicação em pomares já implantados, onde a distribuição do produto pode ser feita a lanço em área total ou nas faixas de projeção da copa sendo que nesta área a intensidade de adubações e aplicações de defensivos é muito mais acentuada, podendo promover maior acidificação do solo nesta faixa que seria reduzida ou neutralizada promovendo-se a distribuição do calcário nesta região do solo onde o potencial de reação é maior; além de favorecer o aproveitamento destes elementos pelas raízes e considerável economia de produto.
INCORPORAÇÃO
No que diz respeito à incorporação do calcário, esta normalmente é realizada com metade da dose antes da primeira aração e a outra metade após esta operação, sendo então incorporada com gradagem. Esta operação tem a finalidade de distribuir homogeneamente o calcário na maior profundidade possível ao longo do perfil do solo. Normalmente consegue-se esta distribuição na camada de solo compreendida entre O a 30 cm. Deve-se ressaltar que esta calagem deve ser realizada no momento da implantação de culturas anuais com cultivo convencional, implantação de culturas perenes e pastagens e ainda, no preparo inicial do solo para plantio direto. Em situações que não seja adequada a incorporação profunda, a aplicação de calcário na superfície do solo consegue atingir o objetivo de correção em maiores profundidades no perfil deste solo ao longo do tempo, não sendo necessária este tipo de incorporação. Como exemplo destes casos podemos citar: áreas de plantio direto onde não se recomenda qualquer tipo de incorporação; manutenção de pastagens - onde pode ser realizada uma gradagem leve ou uma subsolagem para auxiliar a penetração do produto e áreas de culturas perenes - onde a incorporação, caso se opte por realizá-la, deve ser feita apenas nas entrelinhas com a utilização de uma grade leve.
QUALIDADE DO PRODUTO
Os atributos de qualidade dos calcários são medidos por: Teor e natureza química dos constituintes neutralizantes, teores de cálcio e magnésio, granulometria, reatividade e efeito residual. A qualidade do produto é determinada com base no PRNT ( Poder Relativo de Neutralização Total), um índice constituído pelo Poder de Neutralização ( PN ) e pela Reatividade (RE) e que é expresso pela seguinte equação:
PRNT = PN x RE (%)
100
O conhecimento do PRNT permite apenas uma avaliação quantitativa da reatividade de um corretivo em um período máximo de três meses, não indicando, no entanto, seu efeito residual.
CLASSIFICAÇÃO DOS CALCÁRIOS AGRÍCOLAS
A classificação brasileira atual (Portaria SEFIS n, 3 de 12/06/1986) divide os calcários nas seguintes categorias:
I - . Quanto à concentração de MgO (óxido de magnésio)
• Calcário calcítico - menos de 5% de MgO
• Calcário Magnesiano - de 5% a 12% de MgO
• Calcário Dolomítico - acima de 12% de MgO
II - Quanto ao PRNT:
• Faixa A - PRNT entre 45,0 a 60,0 %
• Faixa B - PRNT entre 60,1 a 75,00 %
• Faixa C - PRNT entre 75,1 a 90,0%
• Faixa D - PRNT superior a 90,00%
DEFINIÇÃO DO CALCÁRIO A SER UTILIZADO
Para a definição do calcário a ser utilizado deve ser levado em consideração dois aspectos: primeiramente o aspecto técnico, mais importante e que realmente irá definir qual tipo de calcário se utilizará e em segundo lugar, após definido o tipo de calcário ideal, devemos considerar o aspecto econômico, que definirá apenas a melhor forma de aquisição do calcário que foi recomendado tecnicamente.
- Definição por aspectos técnicos - neste aspecto a definição do tipo de calcário é feita através da quantidade de magnésio expressa na análise de solo e da relação Ca/Mg existente:
* Calcário dolomitico - deve ser utilizado quando o teor de magnésio na análise for menor que 0,7 ou 0,9 mmol/dm3 (conforme a cultura considerada) ou quando a relação Ca/Mg estiver maior que 3:1 e se desejar equilibrar a relação pelo aumento de Mg.
* Calcário calcítico - deve ser utilizado quando o teor de Mg for maior que 0,7 ou 0,9 mmol/dm3 ou quando a relação Ca/Mg estiver menor que 3:1 e se desejar equilibrar esta relação pelo aumento de Ca.
* Calcário Magnesiano - deve ser utilizado quando se desejar manter a relação Cal Mg entre 3:1 a 4:1.
- Definição por aspectos econômicos - após definido o tipo de calcário a ser uti- lizado o agricultor deve levar em conta os preços do produto e de seu transporte, sendo o mais econômico o que apresentar o menor custo por unidade de PRNT colocado na propriedade. Para este cálculo o produtor pode utilizar uma fórmula bastante simples, como segue:
FC = PC + PF onde
PRNT
FC - fórmula para definir compra de calcário
PC - preço do calcário
PF - preço do frete
PRNT - fornecido pelo fabricante
CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DA NECESSIDADE DE CALAGEM
Existem três critérios para se determinar a necessidade de calagem no País, que são:
1) Método da neutralização do alumínio e/ou elevação dos teores de cálcio e magnésio
2) Método do tampão SMP - utilizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina
3) Método da saturação de bases - a método mais utilizado no Estado São Paulo.
O mais importante é que a agricultor tenha conhecimento das vantagens e benefícios da calagem e lembrar que esta técnica é o ponto de partida para a otimização de sua produção, não devendo nunca ser esquecida ou deixar de ser realizada, até porque a acidificação dos solos é um processo continuo e inevitável, exigindo-se portanto correções periódicas do mesmo, através da aplicação de calcário, visando sempre a maximização da produção agrícola.
Fonte: Informativo Coopercitrus n.175 de Maio de 2.001 – Págs. 32 a 34